11 de dezembro de 2016

​UFSM forma primeira indígena em Medicina em sua história

Laura Feliciana Paulo, 24 anos, é da etnia Terena (MS) 

Foto _ Site da UFSM por Felipe Michalsski



UFSM/RS
Texto e fotos: Felipe Michalski, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias

A noite de 9 de dezembro de 2016 ficará marcada para sempre na história da UFSM: pela primeira vez, uma estudante com origem indígena se formou em Medicina na Universidade.
Laura Feliciana Paulo, 24 anos, da etnia Terena, foi a responsável pelo feito e não conseguiu esconder a felicidade pela sua conquista durante a cerimônia de colação de grau, no Clube Dores, em Santa Maria.
Além de ter sido a primeira indígena formada em Medicina, Laura foi a primeira cotista indígena a passar no Vestibular para o curso, em 2010. Durante o período em que esteve na UFSM, ela acompanhou a evolução dos programas de assistência estudantil para a população indígena.
"Quando eu entrei na Universidade, ainda não tinha benefícios exclusivos para estudantes indígenas, até porque, na época, se não me engano, eram três cotistas e 12 autodeclarados no total. Aí, eu gozava dos benefícios gerais da UFSM. Em 2011, se não me engano, conseguimos o Benefício Socioeconômico automático para estudantes indígenas que, a partir do momento da matrícula, já conseguíamos as refeições no RU de graça e conseguimos a moradia estudantil também, sem precisar passar pela seleção. Em 2012 ou 2013, se não me engano, conseguimos a casa do estudante com os apartamentos para os indígenas em específico. Eram dois apartamentos, depois conseguimos quatro e hoje contamos com seis, se não me engano, e uma casa alugada", relata.
Além disso, Laura conta que a UFSM sempre esteve aberta às reivindicações estudantis e ao diálogo. "A UFSM sempre foi muito aberta, tanto a Reitoria, a Prae, a Prograd, sempre estiveram muito abertas para conversar sobre qualquer coisa. Eles ajudaram muito", afirma.
Agora formada, seus planos estão em retornar para casa, onde já teria recebido propostas de emprego. Natural da cidade de São Paulo, mudou-se ainda criança para Anastácio, no Mato Grosso do Sul. Lá, cerca de 80 famílias terenas vivem em uma aldeia urbana no município.
Estima-se que a população terena no país seja de 50 mil e que eles estejam distribuídos nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

3 comentários: