11 de dezembro de 2016

Força-tarefa investiga oito casos de violência contra índios em MS

Em um ano, grupo denunciou 17 pessoas envolvidas em ataques a comunidades

Confronto em Caarapó, em junho deste ano, deixou várias pessoas feridas (Foto: Arquivo Diário Digital) 

Diário Digital

A Força-Tarefa Avá Guarani , do Ministério Público Federal (MPF), investiga violência contra índios em oito comunidades de Mato Grosso do Sul. Segundo balanço divulgado em reunião em Brasília no fim do mês passada, em um ano de trabalho, o grupo denunciou 17 pessoas envolvidas em ataques a comunidades indígenas. No total, são oito os casos investigados pelo MPF.

Em junho deste ano, a existência da força-tarefa se tornou pública com a denúncia de doze pessoas por formação de milícia privada contra os índios. Desde então, não houve novos ataques no Estado. Apesar da aparente pacificação, nos últimos 10 anos, pelo menos uma liderança indígena foi morta em MS em decorrência do conflito agrário.

O último assassinato, ocorrido em 14 de junho, em Caarapó (MS), resultou na prisão preventiva, por mais de dois meses, de cinco fazendeiros envolvidos na morte do índio Clodioude  Aquileu. Poucos antes de ser solto, o quinteto foi denunciado pela FT Avá Guarani por formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, dano qualificado e constrangimento ilegal. Além dos fazendeiros, dois indígenas também são investigados por envolvimento em atos de violência; um deles já foi denunciado. 

Futuro da Força-Tarefa - Na reunião promovida pela 2ª CCR, os novos procuradores da República, que atuarão a partir deste mês no Estado, foram atualizados sobre o histórico de violência sistêmica na região e participaram dos debates sobre os rumos das investigações. A Força-Tarefa Avá Guarani teve seu prazo de duração prorrogado por mais 120 dias e deve manter sua formação original, contando agora com os novos membros. 

Em 2017, a FT deve continuar a investigar os casos de violência em MS. "O objetivo é evitar novos ataques a comunidades indígenas, responsabilizar os envolvidos em atos de violência e buscar medidas cíveis para assegurar o respeito aos Direitos Humanos na região", explica o procurador da República Ricardo Pael Ardenghi, integrante da FT. 

A intenção é, no futuro, transformar a força-tarefa em um grupo de apoio permanente à investigação de casos de violência contra comunidades indígenas. (Com informações da assessoria de imprensa do MPF)


Nenhum comentário:

Postar um comentário