Ministro da Justiça demite presidente da Funai e sai com mais uma pérola: o órgão "é do PSC, do deputado André Moura”

Segundo o site Congresso em Foco, o motivo teria sido porque Antônio Costa não atendeu pedido do líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC/SE), para nomear 25 pessoas na Casa do Índio

Foto _ Reproduzida do site O Povo (http://migre.me/wtx2f)

Por Tereza Amaral 

Com manchete de página 'Ministro da Justiça demite presidente da Funai por não nomear indicações do PSC', o site noticiou, ontem, o afastamento de Antônio Costa da presidência do órgão. Costa não atendeu pedido do líder do governo no Congresso, André Moura, réu no Supremo Tribunal Federal (STF), investigado pela Operação Lava Jato, condenado por improbidade administrativa e acusado de tentativa de homicídio. Ler matéria da demissão aqui.

Na Coluna do Estadão o ministro ruralista não só disse desconhecer sobre a exoneração como foi mais além: declarou que a presidência da Funai é indicação de André Moura ."Na verdade, a Funai é do PSC, do André Moura”, saiu com mais essa pérola ao ser questionado sobre a demissão de Costa.

Vergonha 

A afirmação de Serraglio é mais uma vergonha para o governo Michel Temer. A Funai é vinculada ao Ministério da Justiça e está sendo desrespeitada, loteada por ruralistas e, como senão bastasse, ainda com viés de desprezo. "Se ele (Moura) mandar exonerar… Depende dele lá. Se for exonerado, é do ajuste da base”... “Não sei quem vem aí, nem se vem”, afirmou o ministro da Justiça. Ler Coluna do Estadão aqui.

Em março passado, Serraglio concedeu polêmica entrevista à Folha de S. Paulo, tendo ousado dizer que terra não enche barriga. "O que acho é que vamos lá ver onde estão os indígenas, vamos dar boas condições de vida para eles, vamos parar com essa discussão sobre terras. Terra enche a barriga de alguém?", indagou à reportagem da Folha.  

Empossado na presidência da Funai em janeiro deste ano, Antônio Costa é pastor evangélico, dentista e chegou ao cargo indicado pelo Partido Social Cristão (PSC). No início deste mês,em entrevista à BBC Brasil, disse que "índios não podem ficar parados no tempo".