3 de junho de 2015

Justiça libera irmãos suspeitos de balearem indígena em MS, diz polícia

Delegado que preside o inquérito diz que buscas continuam sob sigilo.Vítima teve 2 balas retiradas e aguarda laudo para receber alta médica.


Foto _ Jolinel Leôncio Terena*

Graziela Rezende
 
Do G1 MS
 
Os irmãos suspeitos de balearem um indígena de 29 anos em Miranda, a 195 km de Campo Grande, foram liberados pela Justiça, de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil. Eles foram presos em flagrante na última sexta (29), porém a decisão judicial determinou a soltura no domingo (31).
Conforme a assessoria, não houve divulgação do fato para evitar conflitos na delegacia, já que o clima estava e os indígenas realizaram diversas manifestações.
Sobre o depoimento dos suspeitos, a assessoria disse que não divulgará as declarações. O delegado que preside o inquérito, Leandro Azevedo, ressaltou ao G1 que as investigações seguem sob sigilo.
Já a vítima, de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Universitário (HU), está aguardando um laudo da ortopedia para receber alta médica. As duas balas, que o atingiram no braço e abdômen, foram retiradas.
Entenda o caso
O indígena foi atingido por tiros no fim da tarde de sexta-feira (29), quando voltava para a aldeia Mãe Terra. Dois homens, de 47 e 48 anos, foram presos por volta das 17h30 (de MS). Os suspeitos são irmãos e estavam em uma caminhonete branca. Eles também seriam proprietários de um mercado na cidade.

O indígena da etnia terena foi socorrido até o Hospital Regional de Miranda e depois transferido para o Hospital Universitário de Campo Grande. Ao G1, o líder indígena Lindomar Terena, que representa a comunidade, disse que os suspeitos já haviam ameaçado a comunidade anteriormente.
Ainda segundo a polícia, cerca de 50 indígenas ameaçaram invadir a delegacia e atear fogo na unidade e no supermercado dos suspeitos, por conta do crime. A polícia solicitou exame residuográfico dos suspeitos. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Miranda como tentativa de homicídio.

*Imagem reproduzida do Blog Combate Racismo Ambiental

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