6 de maio de 2013

O tecer de uma ditadura


Por Tereza Amaral

No tecido esgarçado dos governos ditatoriais uma coisa é basilar: amordaçar a imprensa. É o manual mais ‘lido’ no universo político dos déspotas. Foi assim em várias ditaduras e ainda continua sendo em Cuba. Nesta última,  intelectuais ainda sofrem perseguições a ponto do prêmio Nobel de Literatura português, José Saramago, ex-amigo pessoal de Fidel rompeu com ele antes de morrer.
O desenho a que temos assistido no Brasil recente é preocupante. No governo Lula um jornalista do The New York Times foi extraditado porque disse a verdade sobre as doses alcoólicas nada moderadas ingeridas pelo ex-presidente.
Em seguida, numa manobra ‘mebalóide’, extinguiram o diploma de jornalista. Qualquer 'cavalgadura' pode exercer a profissão. Mas quando se trata de concurso público é exigido diploma da categoria e a prova de títulos ‘monta ‘ no dragão da pontuação’.
E falando em montar, desde o governo militar de Figueiredo – gostava mais de cavalo do que de gente – não assistíamos à sinalizações de que a presidente Dilma Rousseff – legitimada pelo voto popular e, lamentavelmente, pelo meu – se vestiu  no ideal da ex-guerrilheira.
Dilma lutou no molde soviético. O Colina (Comando de Libertação Nacional), que depois se fundiu à VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) formando a AR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares) defendia a ditadura no padrão soviético.

Fatos

E na sua proposta desenvolvimentista manter diálogo inexiste. Exemplo disso é o seu 'desfile' pelo corredor genocida indígena. A sua maior obra – Belo Monte – é um pacotaço de arbitrariedades com povos, fauna, flora, bacia hidrográfica e, por último, com a imprensa. Criou uma ‘guarda pretoriana’ e com as polícias Militar, Civil e Exército expulsou todos os jornalistas que estavam cobrindo a ocupação da UH pelos índios.
Nem deputado entra, como o caso do Padre Ton (PT) que tentou conversar com os indígenas. Mulheres e crianças que acompanham os maridos na ocupação devem estar passando fome, uma vez que os militares impedem até o envio de frutas e alimentos pela população. Até este momento, hoje, não encontrei uma única notícia atualizada sobre a ocupação.
Mas tenho encontrado links repercutindo para o mundo a mão dura de Dilma. Paralelamente a isso, manobras são articuladas no Congresso Nacional para retirar poderes do MPF e até do STF. Quem manda e desmanda são os ruralistas – acabaram de derrubar a presidente da Funai, Marta Azevedo . E fica uma indagação: Por que a grande mídia não noticia sobre isso? Uma resposta eu tenho: No que depender de mim - as eleições se avizinham - não haverá retrocesso!

Um comentário:

  1. Bravo! Como cidadã brasileira, exijo cobertura ampla e completa sobre a ocupação em Belo Monte!!

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