Jornalista Ruy Sposati impedido de trabalhar - Agência Raízes |
Por Tereza Amaral
“Tentamos correr, mas eles nos alvejavam como se fôssemos búfalos. Sei que há alguns brancos bons, mas os soldados deviam ser maus, para disparar contra crianças e mulheres. Soldados índios não fariam isso contra crianças brancas”.
O depoimento da índia Sioux Louise Pele de Doninha, há mais de um século, não relata apenas o massacre do seu povo pelo exército americano, em dezembro de 1890, mas ecoa no que está acontecendo no Brasil.
Só que com uma grande diferença: Lá, os indígenas já usavam cavalos desde a colonização dos espanhóis, no século XVI e, posteriormente, armas de fogo. Podemos considerar que o genocídio ocorreu em meio a 'guerras indígenas'.
Sioux, Cheyenne, Apache, Comanche... Yanomani, Kayapó, Guarani-Kaiowá e Munduruku. Mas o que povos das planícies norte-americanas têm em comum, mesmo com mais de um século de diferença, com indígenas brasileiros?
Limpeza étnica, genocídio. Tanto pelo governo, com uma política determinada a destronar os direitos indígenas ou, mais ofensivamente, com tiros de policiais federais, omissão em caso de pistoleiros a "serviço" do Agronegócio... Gaza também é aqui! a diferença, além da terra, são riquezas em TIs como ouro e bacias hidrográficas.
Recado
Mas ainda bem que temos uma anti-artilharia pacífica e com a arma mais poderosa do mundo: a palavra. Num recado direto enviado ao governo, o Cimi - nem preciso dizer o significado da sigla porque qualquer pessoa com o mínimo de informação conhece - 'disparou', ontem, um texto com seis ações de terror praticadas pela Polícia Federal, órgão vinculado diretamente ao Ministério da Justiça, após o jornalista Ruy Sposati ter sido impedido de trabalhar e ter seus equipamentos confiscados pela PF, em MS. Leia e assista aos vídeos!
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