11 de janeiro de 2017

Apresentadora de TV defende morte de índio por 'tétano, malária e sem remédio'

Afirmações foram feitas em programa sobre agronegócios, durante crítica ao samba-enredo da escola carioca Imperatriz Leopoldinense
Jornalista defendeu que indígenas renunciassem as tecnologias e vivessem apenas do campo. Foto: Youtube/Reprodução

Diário de Pernambuco
No programa Sucesso do Campo, da TV Record Goiás, do último domingo (8), a jornalista Fabélia Oliveira indignou-se com o samba-enredo da escola carioca Imperatriz Leopoldinense. O tema, intitulado Xingu, o clamor que vem da floresta! faz críticas ao agronegócio e à usina de Belo Monte, chamando-a de "belo monstro".

Em seu discurso, Fabélia diz que o enredo erra ao chamar de "heróis" os indígenas. "Heróismo é o produtor agrícola que trabalha de sol a sol, de dia a dia". A apresentadora garantiu não ser contra a preservação de terras indígenas, desde que os índios permaneçam "originais".

"Eles querem preservar a cultura e estão corretos, sou em favor disso. Eles querem a mata para preservar a cultura deles? Então eles vão viver da cultura deles", disse ela. "Deixar a mata reservada para comer de geladeira não é cultura indígena, não. Eu sinto muito. Se ele quer preservar a cultura ele não pode ter acesso à tecnologia que nós temos. Ele não pode comer de geladeira, tomar banho de chuveiro e tomar remédios químicos. Porque há um controle populacional natural. Ele vai ter que morrer de malária, de tétano, do parto. É a natureza. Vai tratar da medicina do pajé, do cacique, que eles tinham. Aí justifica", completa.


Confira a letra do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense:

Brilhou... a coroa na luz do luar!
nos troncos a eternidade... a reza e a magia do pajé!
na aldeia com flautas e maracás
Kuarup é festa, louvor em rituais
na floresta... harmonia, a vida a brotar
sinfonia de cores e cantos no ar
o paraíso fez aqui o seu lugar
jardim sagrado o caraíba descobriu
sangra o coração do meu Brasil
o belo monstro rouba as terras dos seus filhos
devora as matas e seca os rios
tanta riqueza que a cobiça destruiu

Sou o filho esquecido do mundo
minha cor é vermelha de dor
o meu canto é bravo e forte
mas é hino de paz e amor

Sou guerreiro imortal derradeiro
deste chão o senhor verdadeiro
semente eu sou a primeira
da pura alma brasileira

Jamais se curvar, lutar e aprender
escuta menino, Raoni ensinou
liberdade é o nosso destino
memória sagrada, razão de viver
"andar aonde ninguém andou"
"chegar aonde ninguém chegou"
lembrar a coragem e o amor dos irmãos
e outros heróis guardiões
aventuras de fé e paixão
o sonho de integrar uma nação
kararaô... kararaô... o índio luta pela sua terra
da Imperatriz vem o seu grito de guerra!

Salve o verde do Xingu... a esperança
a semente do amanhã... herança
o clamor da natureza

a nossa voz vai ecoar... preservar!

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3 comentários:

  1. se a record não manda embora essa besta passa a ser cúmplice de incentivação ao genocídio

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  2. Quer dizer que índio não pode ter Hilux q deixou de ser índio, mas nós podemos comer mandioca e dormir em redes que ta tudo certo? Esta pata ignora o quanto de alimentos e ervarias os indígenas nos legaram e hoje muitos são comercializados, ou seja, o índio não pode ter benefício de nossa civilização, só nós podemos nos beneficiar da cultura deles pelo raciocínio equivocado dela. Que mulher preconceituosa: fala como se o agronegócio fosse o herói que alimenta o país quando este só se preocupa com o sobe e desce na cotação dos commodities e todos sabem que é a pequena agricultura familiar a responsável por fixar o homem no campo e produzir alimento.

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  3. essa figura é um fóssil da direita! como é que pode falar tanta ignorância junta, com ares de sapiência?!... e tem gente que engole essa conversa ideológica... ela está paga pelo agronegócio pra disseminar essas barbaridades.

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