31 de julho de 2013

Cantos milenares e narrativas dos povos da floresta

MUNDURUKÂNIA

Foto Campanha Munduruku _ Cacique Valdenir Munduruku
Foto _ ABr
Por Tereza Amaral

Há dois séculos havia um lugar chamado Mundurukânia . Um paraíso localizado na  região do Vale do Tapajós, cujos povos originários foram contactados no final do século XVIII.
Bravos guerreiros...Também autodenominados Wuyjuyu  são  11.630 brasileiros , segundo estimativa da  Funasa(2010).
Eles são os belos guerreiros Munduruku que  ganharam notoriedade internacional em duas ocupações no canteiro principal de Belo Monte. O motivo: pressionar o governo Dilma a não construir o Complexo de Tapajós que vai atingir as suas aldeias.
 E querem - com direito garantido pela convenção 169 da OIT e pela Constituição Federal - assegurar a integridade do território, ameaçado pelo garimpo de ouro e, como senão bastasse, por projetos de hidrelétricas e construção de uma hidrovia no rio Tapajós.
Projetos sob a maestria da presidente Dilma e aliados que - sem consulta prévia - invadiram suas terras com um bando de geólogos e 'ambiciólogos' para mapear o seu mais novo injusto e inconstitucional projeto sem ecoeficiência.
 Em retaliação, os Munduruku ocuparam o canteiro principal de Belo Monte - o maior desastre social para indígenas, ribeirinhos, pescadores e etc. e ecológico  - e foram a Brasília em dois aviões da FAB ( Força Aérea Brasileira).
Tudo para retirá-los da usina que está cercada com uma muralha de pedras (canteiro)... resquício do falido comunismo ao estilo  'Muro de Berlim. Lá, ouviram que o descomplexo Complexo Tapajós sairá...
Mas o que o governo não conta é que milhares de brasileiros irão com os guerreiros novamente às ruas.Serei a primeira da linha de frente! O 'desenvolvimento' não pode passar por cima de mortes...de rios, cultura, índios - um deles foi assassinado por um policial da PF na desastrosa Operação Eldorado que antecedeu as ocupações - , ribeirinhos, fauna e flora da maior floresta tropical do mundo : A Amazônia. SAWEH!

Fonte Histórica: Povos Indígenas no Brasil

EXEMPLO: Bolívia deve aprovar Lei da Mãe Terra

A Lei da Mãe Terra  - primeira legislação mundial dando à natureza direitos iguais aos dos humanos - vai estabelecer 11 direitos , incluindo o direito à vida, o direito da continuação de ciclos e processos vitais livres de alteração humana, o direito a água e ar limpos, o direito ao equilíbrio, e o direito de não ter estruturas celulares modificadas ou alteradas geneticamente. Ela também vai assegurar o direito de o país “não ser afetado por megaestruturas e projetos de desenvolvimento que afetem o equilíbrio de ecossistemas e as comunidades locais”. Leia na Revista Diálogos do Sul!http://www.dialogosdosul.org.br/websul/bolivia-deve-aprovar-lei-da-mae-terra/

30 de julho de 2013

Povos indígenas ocupam gerências de educação em Pernambuco

O sertão de Pernambuco amanheceu nesta terça-feira, 30, com o candeeiro do movimento indígena acesso. Cerca de 600 integrantes de 12 povos do estado ocuparam as Gerências Regionais de Educação dos municípios de Arcoverde e Floresta. 
As reivindicações são antigas e a paciência das comunidades acabou. Conforme as lideranças, as ocupações seguirão por tempo indeterminado. Mesmo com verbas liberadas há seis anos para a construção de escolas, no povo Tuxá os professores ensinam na casa de farinha da aldeia.

Leia Mais em O Eco!http://www.ecoreserva.com.br/cidadania/1512-povos-indigenas-ocupam-gerencias-de-educacao-em-pernambuco

A Faixa de Gaza Indígena

Por Tereza Amaral

Dê-me a tua mão, respire fundo...Há gritos, fome, mortes, tiros de pistoleiros contratados por fazendeiros do Mato Grosso do Sul. Réus confessos soltos e impunes...
Estamos fazendo uma viagem virtual embasada em fatos do Ministério Publico Federal documentada como 'A Questão da Demarcação'.
São nove etnias em rodovias - apenas alguns em zona urbana - em condições de miserabilidade: Arroyo Korá, Curral do Arame, Sucuri'y, Laranjeira Ñeru, Y'poi, Mãe Terra, Passo Piraju, Ivy Katu e Aldeias Urbanas. Todos Guarani- Kaiowá.


Comecemos a nossa triste visita pela tekoha I'poi. Espera e morte na luta pela terra com assassinato de professores e suspeita de envenenamento da água do rio.
Daqui seguimos para Laranjeira Ñanderu (Foto abaixo), onde indígenas vivem em barracos em mata de fazenda, cuja área reivindicada por ordem judicial é Deles! 

Continuemos pela Faixa de Gaza Indígena! Agora estamos na tekoha Passo Piraju (Foto Abaixo)


Não, por favor não soltem a minha mão. Aqui incertezas em meio ao canavial...após dez anos ocupando a área vivem com o medo do despejo iminente, mesmo com estudo antropológico comprovando que a terra é tradicional.http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=306

Façamos a nossa 'via crucis' que o Papa não viu!
Agora estamos na Arroyo Korá, onde os índios estão fora da terra apesar da demarcação e sofrem com violência e falta de estrutura porque a demarcação foi suspensa pelo STF em 2009.http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=267





E entre as porteiras do Agronegócio e na rodovia chegamos no Curral do Arame ( Foto acima), onde fome e insegurança rondam a estrada enquanto há 15 anos aguardam a entrada em sua tekoha.http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=88

Ainda faltam... Vamos a Sucuri'y, demarcada sem estrutura, mesmo sendo donos legítimos. Os indígenas só ocuparam a área há 13 anos após a demarcação onde vivem 66 famílias.http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=312



Ainda faltam três...



Estamos (Foto acima) na Yvy Katu, Foram 29 anos de espera pela demarcação. Eles ocupam 10% da área demarcada e lutam contra a precariedade. Uma 'operação de guerra' foi montada para retirar os indígenas. http://blog.prms.mpf.mp.br/tekoha4/?p=325

Chegando exausta de INDIGNAÇÃO em Mãe Terra ( Foto Abaixo).

Aqui violência e morte também na luta pela terra. Os indígenas já foram expulsos pela tropa de choque da polícia e tiveram um ônibus escolar incendiado.http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=299



Finalmente chegamos ao fim da nossa triste viagem: Sim, nas aldeias urbanas onde buscam uma vida melhor(?)http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=336



Eu não sei quanto a vocês, mas lutarei por eles até o dia em que tiver VIDA!



SALVE O CACIQUE LÁDIO VERON!






























Obra de Belo Monte pode atrasar por problemas com Ibama

Indígenas Munduruku em Brasília
Desta vez não são os índios mundurucus nem os sindicatos. A mais nova ameaça de atraso na construção da controversa hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, parte do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Leia matéria de Marcelo Leite na Folha de São Paulo!http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/07/1318408-obra-de-belo-monte-pode-atrasar-por-problemas-com-ibama.shtml

Construção de Belo Monte vive descompasso

Cumprimento das exigências sociais e ambientais compensatórias não acompanha o ritmo das obras, indica documento. Descompasso pode atrasar funcionamento da usina. Leia matéria da Exame!http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/construcao-de-belo-monte-vive-descompasso?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

29 de julho de 2013

Em encontro de culturas, índios e quilombolas debatem dificuldades de manter seus costumes

Sonhos...'Don't Dream It's Over'




Por Tereza Amaral

O que começa no pensamento termina na atitude. É uma engenharia humana...Eu e milhares de brasileiros temos sonhos e queremos edificá-los. É uma luta diária, comprometida, certeira e desigual. Mas é de uma força descomunal!
Durmo pensando em quantos irmãos estão acordados com fome, preocupados com a invasão dos seus territórios pela ganância da água, madeira e ouro.
Acordo pensando se meus amigos caciques estão bem, ou algum tombou sob a mira de pistoleiros. Se as crianças estudam, brincam, se alimentam. E isso num país com o Congresso Nacional dominado por gananciosos ruralistas como Blairo Maggi e a senadora Kátia Abreu. Ela preside a Confederação Nacional da Agricultura e quer terras ( LER LINKhttp://www.canaldoprodutor.com.br/comunicacao/noticias/criacao-de-unidades-conservacao-e-de-terras-indigenas-pode-reduzir-pib-em-r-2-00)
Inimiga ferrenha dos povos indígenas, Breu com Cola - expressão da minha terra... Enquanto vida tiver eu e milhares vamos combater o projeto dessa senhora. Ela e aliados, inclusive evangélicos, não compreendem que não PODEM tirar dos índios o que é de direito: O chão dos povos originários não é um chão qualquer, mas onde estudos antropológicos comprovam que ali estão os seus ancestrais. É deles...
E retornando ao sonho, ontem sonhei com uma espécie de Joana D'Arc, mas não era a santa queimada na fogueira. Freud explica...E indígenas, ativistas, simpatizantes e a brasilidade da generosidade também sonham com Justiça. E por justiça entendemos prisão para o agrocrime, demarcação de TIs, humanização de indígenas carentes, ensino, saúde e moradia decente. A Faixa de Gaza Indígena clama! O Complexo 'descomplexo' Tapajós não pode acontecer. Vamos acordar, botar um pijama - qualquer outra roupa -, pintar os rostos e gritar nas ruas...






28 de julho de 2013

A arte salva! Purexawer zeze wanehe ihá

28 de julho de 2013 às 21:43

Por Tereza Amaral

Purexawer zeze wanehe ihá. A frase em Guajajara traduz o que o indígena Moisés sente pela dupla Zezé Di Camargo e Luciano: Amor, admiração.
O professor e violonista autodidata, 38 anos, pai de quatro filhos, sopra a sua voz pela aldeia Zutiua, localizada a 72 km de Arame, no Maranhão, com o seu violão cantando a dupla sertaneja.
E tem um sonho...quem não o tem? O do indígena é conhecer seus ídolos pessoalmente a quem canta desde que conheceu os irmãos.
Longe de querer criar expectativa - e já criando - farei o possível para viabilizar o encontro. E para isso tenho solicitado ajuda de cantores amigos, jornalistas, ativistas, simpatizantes da causa indígena, enfim, a todos.
Conheci o cantor Moisé Guajajara através da liderança indígena Sônia Bone Guajajara. Fiquei emocionada e desde, hoje, começamos uma campanha com vistas à aproximação.
Da aldeia, ele conta com o apoio dos filhos e espera ansioso por uma resposta em meio a tantas faltas...Todas as 305 etnias brasileiras têm seus anseios, mas tenho certeza que o coração bate num ritmo só: O do amor e sonhos... Por que não (?), insisto!
Na sua aldeia há 200 famílias - algumas carentes - e ele ensina. É professor da Prefeitura de Arame e depois das aulas e tarefas na roça canta...Que o Espírito do Vento leve seu canto e sensibilize os irmão Zezé Di Camargo e Luciano! Assistam ao vídeo postado pelos seus filhos!
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LQB56DsPXmw
Contatos telefônicos: 
Orelhão 031-9936126000 e celular 031- 9988370902
Moisés Guajajara _ Arquivo pessoal

Jovens indígenas do Tocantins entregam carta ao Papa Francisco

 Em nome de todos os 305 povos indígenas do Brasil reconhecidos oficialmente, mas também, dos povos livres que ainda se encontram nas florestas, nós jovens indígenas do Tocantins que viemos a JMJ o cumprimentamos com respeito, admiração e carinho.
 Sabemos que o senhor é a liderança maior da Igreja Católica, soubemos de todo o processo de sua eleição e acreditamos que Deus o chamou para uma importante tarefa, de forma especial com os pobres e excluídos. Não é a toa que o senhor escolheu para chamar-se “Francisco”, o irmão dos pobres e da natureza...Peça ao governo brasileiro também que cuide com carinho e atenção dos povos indígenas, principalmente no tocante a saúde, pois muitas de nossas criancinhas, jovens e anciões tem morrido por falta de atendimento básico. Pedimos que interceda por nós para que o governo escute o clamor dos povos indígenas, dialogue com respeito e respeite as nossas decisões, no tocante a nossos territórios. Que respeite a Convenção 169 da OIT, e aceite a consulta, livre, previa e informada.

Foto _ Cimi

27 de julho de 2013

Ave! O Papa Francisco coloca um cocar após recebê-lo de representante indígena durante evento no Theatro Municipal do Rio, neste sábado (24)

“Santidade... Estão matado nosso povo. Fomos uma grande nação, hoje estamos jogados à beira das estradas, das cidades e da memória dessa região e pais. Mas não somente estamos vivos e resistentes, como decididos a continuar lutando pelos nossos direitos, pelas nossas terras sagradas, que estão sendo destruídas e nossas águas e fontes envenenadas pelo que chamam de progresso, desenvolvimento. Nós queremos e exigimos muito pouco Santidade. Apenas queremos viver com dignidade e paz em cima de nossas terras e territórios. Muitos dos que nos combatem, negam nosso direito à terra e assassinam nossas lideranças, se dizem católicos, seguidores vosso e do Deus da vida. Diga a eles e a todas as pessoas do mundo que o admiram e seguem que o nosso Deus, Nhanderu, é o mesmo Deus da paz, da verdade, da justiça e da vida”. Leia Mais e veja fotos!
http://cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=7040&action=read
http://www.flickr.com/photos/doisbicudos/9378568300/

Povos tradicionais têm papel crucial na conservação da biodiversidade

Agência FAPESP – Na região do alto e do médio Rio Negro, no Amazonas, existem mais de 100 variedades de mandioca, cultivadas há gerações por mulheres das comunidades indígenas, que costumam fazer e compartilhar experiências de plantio, chegando a experimentar dezenas de variedades em seus pequenos roçados ao mesmo tempo.Leia matéria com a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha!

http://agencia.fapesp.br/17584#.Ue0KSeiE268.emai

Foto _ Edu Cesar

26 de julho de 2013

Parlamentares autores do PLP 227 foram financiados por empresas beneficiadas pelo teor do projeto

Ao menos seis dos maiores grupos empresariais nacionais e estrangeiros da rede do agronegócio, mineração e da indústria de armamentos investiram R$ 1 milhão 395 mil nas campanhas eleitorais – 2010 - de nove dos 17 deputados federais que assinaram o PLP 227.  Bunge, Cosan, JBS, Gerdau, Seara e Associação Nacional da Indústria de Armas são as grandes investidoras.

Tornou-se comum, no Congresso Nacional, parlamentares ruralistas (Ver nomes), ligados às redes do agronegócio e latifúndio, tomarem uso da palavra nas tribunas da Câmara e Senado federais para atacar organizações indigenistas e ONGs ambientais. As acusações são homogêneas e se concentram em supostos interesses escusos, por vezes ligados a grupos internacionais, que ameaçam a soberania nacional e o desenvolvimento do país. Leia matéria do Cimi!http://cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=7046&action=read  

Os Sem-Saúde

REUNIÃO PREVISTA PARA ACONTECER ÀS 14:00 HORAS DE HOJE. Veja Vídeo!  http://www.youtube.com/watch?v=fQ6MA8uHgyc.
Foto ILUSTRAÇÃO_ Raimundo Paccó

Os Sem-Saúde

Reunião prevista para acontecer às 14:00 horas de hoje. Ver Vídeo!
http://www.youtube.com/watch?v=fQ6MA8uHgyc

E O GENOCÍDIO INDÍGENA?











"'SENHOR FAZEI-ME INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ, ONDE HOUVER ÓDIO QUE EU LEVE O AMOR"...http://www.youtube.com/watch?v=az5R7V46ZNA

Por Tereza Amaral

O meu ex-mentor espiritual é franciscano. Isso mesmo! E significa em latim '''Ordo Franciscanus Saecularis, denominação da Venerável Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis, ou seja, Irmãos e Irmãs da Penitência.' E seguem os passos de São Francisco de Assis ...Não foi o que assisti na visita do papa ao Brasil, em especial na causa indígena intrinsicamente ligada a ambiental.
O papa Francisco  não tratou de questões de desenvolvimento sem ecoeficiênciais em detrimento da política  de Dilma e do Congresso Nacional. Muito menos de brasileiros indígenas que se suicidam por álcool impulsionados por falta de perspectiva de vida sem suas tekohas, não atendeu ao apelo de encontro com o cacique Raoni  e nem sei se sabe o que passa aqui(?).
Mas de uma coisa eu sei : Mais do que nunca sou cristã e estou decepcionada com a indiferença do Alto Clero para com o genocídio indígena estampado em jornais do mundo inteiro.
Como Chefe do Estado do Vaticano e como Papa - e aqui deve desculpas pela perversa colonização dos missionários jesuítas desde a época do descobrimento - me confesso decepcionada. Vejam que  
Combateu o narcotráfico, visitou Manguinhos, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida , Missa em Copacabana. Louváveil!
Mas quanto à faixa de Gaza indígena , suicídios, alcoolismo, assassinatos, Belo Monte , o projeto do Complexo Tapajós, agrocrime e  a falta de uma política séria de demarcação?
Os indígenas são desconhecidos do Vaticano? Que franciscano é o papa que não fala pelos menos favorecidos de 305 etnias e que estão sendo massacrados? Não lê o Cimi? A CNBB não informa sobre os padres ameaçados de morte em defesa de indígenas? Não, Santo Padre, eu esperava muito mais e, a partir de então, sou apenas cristã!

25 de julho de 2013

Cacique Raoni conhece Aldeia Multiétnica e discute situação indígena no Brasil

Andava como se já conhecesse o lugar, interagia com as crianças e com os índios como se todos fizessem parte de uma grande família. Por onde andava,  chamava a atenção não apenas pelo labret (adorno portado sobre o lábio inferior, marca de reconhecimento dos guerreiros prontos para morrer por sua terra) e cocar, mas pela figura emblemática que Raoni Metuktire construiu ao longo de mais de quatro décadas de luta pela preservação do meio ambiente e pelo respeito dos direitos do território e da defesa das populações indígenas brasileiras.Leia matéria do Jornal de Brasília!http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticias_cultura.php?cacique-raoni-conhece-aldeia-multietnica-&secao=V&id=484627


Foto _ Arquivo

Os índios que 'Geisel' Hoffmann diz que não existem

Há um ano, caciques e lideranças Ava-Guarani do oeste paranaense se reuniram para tratar dos problemas de suas comunidades. Demarcação de terras, saúde e educação estiveram no centro das preocupações. No encontro, foram definidas diretrizes e reivindicações encaminhadas ao Poder Público. Leia mais em Brasil de Fato!http://www.brasildefato.com.br/node/13438
Foto _ Brasil de Fato

Tarde de experiências com índios da tribo Guarani-Kaiowa mobiliza e emociona público

Em assembleia, povos Guarani-Kaiowa discutem violações de seus direitos

Aty Guasu é o nome da grande assembléia dos povos Guarani e Kaiowá em Mato Grosso do Sul . Em pauta estratégias para o enfrentamento dos problemas fundiários e garamtias  de direitos. Leia mais! http://www.revistareciclarja.com/news/em-assembleia%2c-povos-guarani-kaiowa-discutem-viola%C3%A7%C3%B5es-aos-seus-direitos/

20 de julho de 2013

Saweh! Mundurukus são cautelosos e motivos não faltam

Leiam matéria sob manchete de página 'Jacareacanga: recebemos um não dos Mundurukus'. Desconfiados os guerreiroa não concederam entrevista a jornalistas de o Eco!http://www.oeco.org.br/hidreletricas-do-tapajos/27397-jacareacanga-recebemos-um-nao-dos-mundurukus
Foto - Campanha Munduruku

Jogos dos Povos Indígenas 2013 acontecerão em agosto na cidade de Cuiabá

Índios e médicos protestam em visita de Dilma ao CE

 Presidente inaugurou duas estações de metrô e anunciou investimentos na área de mobilidade urbana no estado. Leia matéria! http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/durante-discurso-dilma-torna-se-alvo-de-protestos-em-fortaleza 
Protesto ocorreu em frente à estação de metrô inaugurada pela presidente (Cristiano Marques/Futura Press)

MA – 700 manifestantes bloquearam a Estrada de Ferro Carajás na noite de ontem (19), incluindo prefeitos, deputados e vereadores

Por O Imparcial
A Estrada de Ferro Carajás foi novamente interditada na noite desta sexta-feira (19). Aproximadamente 700 pessoas começaram uma manifestação por volta das 19 h, no trecho da ferrovia localizado no município de Alto Alegre do Pindaré.
Segundo os manifestantes, entre as principais exigências estão melhorias e compensações socioambientais. Dez representantes do poder público, entre prefeitos, vereadores e deputados, também aderiram ao ato e estão presentes no local junto à população.
Apesar da movimentação no município, a Assessoria de Imprensa da Vale informou à redação de O Imparcial que a ferrovia está funcionando normalmente e nenhuma interdição foi registrada até o momento.
A concentração do protesto se formou logo após uma audiência pública realizada pelo Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás (COMEFC). A audiência aconteceu na quadra de uma escola do município e contou com a presença de autoridades locais, lideranças comunitárias, associações rurais e toda a comunidade em geral. Logo depois, o grupo que participava se reuniu em protesto e fecharam a Estrada de Ferro.
Esta foi apenas uma das várias audiências que a Comefc tem realizado nos municípios atingidos pela Estrada. Ao todo, são 23 os municípios que participam das ações estruturadas para alavancar o crescimento da região, com o objetivo de diminuir os impactos sociais e ambientais sofridos. Eles buscam discussões imediatas com os diretores da Vale, visando garantias no sentido de extinguir os impactos negativos deixados nas comunidades.
De acordo com informações da Comefc, neste sábado (20), outra audiência será realizada às 9h, no município de Tufilândia, na creche Primeiros Passos.

Foto Arquivo de protesto em Jan 2013 _  Ruy Sposati

MPF aciona Justiça Federal para suspender licença ambiental de usina em MT

A concessão de licença prévia ambiental por parte da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) para construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Paiaguá, que será construída no rio do Sangue, na bacia do rio Juruena provocando o alagamento de 2.2 mil hectares numa extensão de 19 quilômetros é contestada pelo Ministério Público Federal (MPF) que ingressou na Justiça Federal de Mato Grosso com uma ação civil pública pedindo a suspensão do licenciamento ambiental. São réus na ação, a empresa Global Energia Elétrica S/A responsável pela construção do empreendimento, o estado de Mato Grosso e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Leia Mais!http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/9/materia/387037
Foto Ilustração _ Alice Kohler


19 de julho de 2013

Cardozo espera apresentar logo encaminhamento para demarcação de terras indígenas em MS

A Voz Feminina de uma Kaingang em defesa de Ládio Veron

Em mais um vídeo enviado pelo oceanógrafo Luciano de Mello Silva, que está viajando visitando aldeados do Rio Grande do Sul com destino ao Mato Grosso do Sul, na Faixa de Gaza Indígena, uma mulher grava depoimento para os parentes cacique apelando para Nander (Deus). Ela envia mensagem ao cacique ameaçado de morte Guarani-Kaiowá Ládio Veron.Veja material que o Blog posta sem edição!
http://www.youtube.com/watch?v=iSVrGuvJFOI&feature=youtu.behttp://www.youtube.com/watch?v=iSVrGuvJFOI&feature=youtu.be
Criança aldeada _ Google

RS – Indígena foi baleado após agricultores descumprirem acordo com os Kaingang


Cimi/RS
Um indígena foi baleado no confronto ocorrido no dia 15 de julho, quando agricultores não cumpriram um acordo firmado para a desocupação pacífica de uma área localizada na Terra Indígena Passo Grande do Rio Forquilha, no município de Saranduva (RS), onde cerca de 200 indígenas Kaingang haviam retomado parte de sua terra tradicional no dia 8 de julho.
A ocupação feita pelos Kaigang foi realizada para denunciar a demora na conclusão do processo demarcatório da sua terra indígena, cuja Portaria Declaratória foi feita em 2011. O processo está paralisado, dentre outros motivos, porque os agricultores impediram a entrada de órgãos governamentais, inclusive da própria Polícia Federal em março, nas terras para fazer a colocação dos marcos físicos, etapa anterior à demarcação da terra.
Após os oito dias de ocupação (no dia 15) foi feito um acordo entre os agricultores e os indígenas para a desocupação da área. No entanto, quando os indígenas estavam se preparando para sair, perceberam a movimentação dos agricultores que, com o apoio do prefeito e de políticos da região, impediram que retornassem ao acampamento – localizado também dentro da terra indígena demarcada – onde estavam vivendo antes de iniciar este processo de retomada.
Fortemente armados, os agricultores fecharam todas as entradas e saídas e impediram os indígenas (dentre eles cerca de 50 crianças) de sair pacificamente. No confronto, tiros foram disparados pelos agricultores e os indígenas, para conseguirem sair da área, utilizaram pedras e paus. Dois indígenas e dois agricultores se feriram, sendo que um indígena foi baleado. A Polícia Militar apreendeu uma arma de última geração com um agricultor que estava no conflito. Não houve atuação da Polícia Civil.
Os Kaingang voltaram para o acampamento em que estavam antes da tentativa de retomada e, mediados pelo Ministério Público Federal (MPF), estão negociando com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com o governo do estado encaminhamentos para que o processo demarcatório de suas terras avance. Eles também reivindicam que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso faça uma reunião com eles na área reivindicada.
Leia abaixo a íntegra da nota  que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Sul e o Conselho de Missão entre Índios (Comin) divulgaram para uma melhor compreensão do processo nesta região:
A Terra Indígena (TI) de Passo Grande do Rio Forquilha localiza-se nas divisas dos municípios de Cacique Doble e Sananduva, no estado do Rio Grande do Sul, área tradicionalmente ocupada pelo Povo Kaingang. Documentos oficiais de 1889 mencionam tal presença. (Cf. VIEIGA, Juracilda Relatório circunstanciado da TI Passo Grande do Rio Forquilha.) Por volta de 1970, os últimos Kaingang resistentes não suportaram mais a violência e a pressão. Os não índios ofereciam animais aos Kaingang para deixarem a terra e dar lugar aos colonizadores e suas plantações de soja.
Segundo relato de Fermino Antônio, liderança indígena já falecida que residia na TI Cacique Doble, a perda final Terra de Passo Grande do Rio Forquilha ocorreu por volta de 1972, com a saída das últimas famílias. Assim dizia Fermino: “O índio Pedro Silveira aceitou 16 porcos e conseguiu convencer as últimas famílias Kaingang a saírem da área, numa negociata articulada por Lídio de La Beta, que era chefe do Posto Indígena.” (Fermino Antonio, líder Kaingang)
Essas famílias passaram a ocupar as TIs de Cacique Doble e Ligeiro, municípios de Cacique Doble e Charrua, respectivamente, assim como relata dona Eva: “Eu me criei aqui no Passo do Forquilha, aí vim pra acampar e nós entramos de novo lá dentro. Tinha quatorze (14) anos e meu pai resolveu sair, aí fomos morar no Cacique Doble, depois casei e fui morar na área de Charrua. Aqui no Passo eu conheço tudo, naquele tempo tinha até pinheiro bastante, mas depois quando os colono invadiram eles desmataram. Hoje é tudo granja. Eu queria voltar a plantar feijão para comer, para o gasto.” (Eva Pinto Felix, mulher Kaingang, 53 anos).
Em 2004, aproximadamente 55 famílias Kaingang iniciaram uma árdua luta na retomada de seu território, pois o pensamento indígena assim se expressa: “Nós índios somos como uma planta que foi tirada do mato e colocada em um vaso, não tem como nós criar as raízes.”, essa é uma das motivações de voltar ao antigo território.
Armaram acampamento com moradias precárias e provisórias, construídas com lonas, e assumiram a longa, penosa e desigual luta pela reconquista da terra. Nas investidas do grupo para ocupar a terra, foram pelo menos quatro mudanças de acampamento, a fim de driblar as ações judiciais, a violência da polícia e as ameaças de agricultores ocupantes.
A comunidade de Passo Grande do Rio Forquilha sempre foi também muito unida em torno de sua liderança. Isso é um ponto forte para o enfrentamento das dificuldades, que não poucas num acampamento indígena. As lideranças relatam algumas das dificuldades da vida em acampamento: “a vida aqui é difícil, não temos onde plantar aí os alimentos ficam escasso. As pessoas têm medos das tempestades que danificam os barracos. Temos dificuldades financeiras para nossas mobilizações. Falta de material (taquara) para o artesanato e a necessidade de deslocamento para vender.”.
Outros fatores que dificultaram e dificultam a retomada da terra tradicional são o preconceito, a discriminação, as ameaças de morte às lideranças, os processos de criminalização e o perigo de acidentes de trânsito em beiras de estradas. Fatores que se somam à morosidade da Funai, a falta de vontade política e omissão do Governo do Estado do Rio Grande do Sul em agilizar e concluir o processo demarcatório. Situação esta que estimula políticos interesseiros, deputados, associações, que não representam a totalidade do pensamento dos agricultores, a instigarem o clima de conflito e violência entre agricultores e índios, ao invés de contribuir para o diálogo, entendimento e garantia de ambos os direitos.
A aparição e discursos de políticos, mandatários estaduais e outras lideranças regionais visam tão somente obter vantagens eleitorais junto às famílias agricultoras. A defesa das famílias agricultoras nunca foi assumida com tanta intensidade por deputados como nesse momento, em detrimento ao respeito e aos direitos das comunidades.
Com muita luta e resistência, a comunidade kaingang de Passo Grande do rio Forquilha conquistou a Portaria Declaratória, em 19 de abril de 2011. Depois disso o processo em nada avançou. As lideranças indígenas, tendo esgotado todos os canais de negociação para o andamento da demarcação física e conclusão do processo e sem obter resposta dos órgãos responsáveis e do governo estadual, ocupou parte da terra já declarada indígena no dia 08 de julho de 2013. Alguns agricultores, instigados por políticos e outros apoiadores, criaram um clima de conflito e violência contra os indígenas. Isso acarretou no enfrentamento entre os grupos, com feridos de ambos os lados, tencionando ainda mais a situação.
É urgente a responsabilização dos conflitos aos mandatários e entes públicos que se esquivam da resolução, não assumindo e nem tomando providências para a conclusão da demarcação, indenização das famílias agricultoras e posterior desintrusão. Tampouco cabe reprimir com força policial. O Estado do Rio Grande do Sul (RS), na pessoa do governador Tarso Genro, tem se omitido e tomado a postura de que “ninguém tirará terra de ninguém”, conforme o próprio governador disse aos agricultores em Erechim (Jornal Correio do Povo. Terça-feira, 16 de julho de 2013. Pág.14).  O Estado brasileiro, em especifico o Rio Grande do Sul, não só contribuiu para tirar a terra dos índios, mas para tirar os índios de sua própria terra, de maneira repressiva, com requintes de crueldades e violência, como os relatos de indígenas atestam.
Reitera-se o apoio ao diálogo das comunidades indígenas, tanto de Passo Grande do Rio Forquilha, como das demais comunidades Kaingang e Guarani no Rio Grande do Sul, que reivindicam a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas. O estabelecimento de acordos e proposições, como as acordadas na data de 17 de julho, no Ministério Público Federal (Erechim/RS), pela comunidade kaingang Passo Grande do Rio Forquilha evidenciam a disposição de luta pela garantia dos direitos indígenas, contudo sem incitação à violência, nem desmerecimento aos direitos das famílias agricultoras. Estas devem ser amparadas e ressarcidas pelo Estado brasileiro e gaúcho que repassaram títulos de propriedades ilegais, pois foram oriundos do esbulho das comunidades indígenas.
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Conselho de Missão entre Índios (COMIN) repudiam a política anti-indígena e omissão dos governos estadual e federal. Chamamos a atenção do governo para que os Povos indígenas não sejam apenas ouvidos, mas atendidos em seus direitos, como início da superação da dívida social para com esses povos.
Conselho Indigenista Missionário Regional Sul (CIMI)
Conselho de Missão entre Índios (COMIN)
Chapecó 18 de Julho de 2013